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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Helheim (7)




A Morte

Numa noite um quanto sombria -
Raiava já quase o dia -
Aos asfaltos subiu a Morte
Com a angústia, sua consorte.

A arrogância, em pânico, fugia em círculos.
Absurdo! Regressavam ao leito do Espectro,
Com um esgar de terror nos olhos,
Mãos deitadas ao órgão pensómetro.

Eis que surge um guerreiro enlutado,
Glória das mais duras batalhas intelectuais,
E, fixando a Besta com os olhos afectados,
Arranca-lhe o capuz sem cerimónias e que tais.

Vácuo vazio, imaterial e inenergético saiu em liberdade,
Formando um frígido esqueleto antropomórfico e fero.
Ao invés da foice do desespero,
Papelada burocrática de suspensão de actividade.

E assim milhares de encapuzados invadiram a rua,
Olhando a lenda efémera de relance,
E o Sol passou a girar em torno da Lua.

Estacou o herói glorioso num transe
Quando verteu uma gota de sangue para o papel, da mão nua.
O pescoço pendeu e, com um bip, as luzes apagaram-se.


Hatecraft.

Pergunta do dia: Então, que acharam?

Música do dia: http://www.youtube.com/watch?v=MIZk2LX5nb8

Frase do dia:
«That is not dead which can eternal lie,
And with strange aeons even death may die.» (H. P. Lovecraft; The Call of Cthulhu)

2 comentários:

  1. Faz-me lembrar a Danse Macabre.

    "Zig, zig, zig, Death in a cadence,
    Striking with his heel a tomb,
    Death at midnight plays a dance-tune,
    Zig, zig, zig, on his violin.
    The winter wind blows and the night is dark;
    Moans are heard in the linden trees.
    Through the gloom, white skeletons pass,
    Running and leaping in their shrouds.
    Zig, zig, zig, each one is frisking,
    The bones of the dancers are heard to crack—
    But hist! of a sudden they quit the round,
    They push forward, they fly; the cock has crowed."

    http://www.youtube.com/watch?v=csJJIp7jCYA&feature=related

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  2. Saint-saens é um senhor de quem nunca gostei, mas às vezes ainda surgia com algumas coisas engraçadas.

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