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quinta-feira, 4 de março de 2010

Tempestade negra (21)



Ouço o sangue a correr nos ouvidos
E sinto a folha a fugir da mão.
É assim quando se fecha os olhos
E se escreve com o coração.


Hatecraft.

É quando as palavras são escritas, quando a fibra da pena tinge o pergaminho, que as vejo feias, tão feias…
Aí, eu penso, “Não foram as palavras também inventadas pela humanidade?” Quem as criou, associou-as a algum quadro estético ao qual os poetas devem recorrer, com um olho, enquanto o outro pega na caneta? Não pode um texto ser bonito com uma palavra feia? Pode pois. E tudo o que eu digo é verdade, porque digo-o eu a mim mesmo.
Pessoalmente, quando escrevo, estou possuído. Perco aqueles minutos da minha vida para uma outra entidade e, quando finalmente abro os olhos, ou mos devolvem, posso contemplar a amargura materializada em tinta negra, ainda a escorrer fria e espectral pelas linhas
Se me preocupo com o tempo sacrificado para um fim tão cru, tão insípido?

Não. Eu preciso de frustração.

Noutras notícias, apresentam-se dois caminhos à minha frente. Após todos estes negligentes anos, tenho dois segundos para me decidir.

Solidão, doce solidão, tão confortável, tão amena, longe de ti brota o desespero da satisfação.

Música: http://www.youtube.com/watch?v=f5PhdWiWMqQ

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