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domingo, 14 de março de 2010

Hexentanz (27)




Quando a contraparte do corpo, a alma - intelecto e emoção - se projecta deste, cria-se um sonho. Os sonhos são um dos nutrientes que correm na corrente de sangue que é a vida, em torno do mundo, uma corrente constritora, sem a qual não haveria que constringir. E é destes sonhos que é feita a matéria da vontade. Não, não são os sonhos um repouso da consciência, são um segundo patamar desta, porque os sonhos não são apenas um espelho turvo do dia, são uma desfragmentação do vivido para que nos possamos erguer - em alma - na noite, para dominar o dia.
Haja uma chave gnóstica, não é longe dos sonhos que ela se encontra, e é no fluxo de um sonho que nos é dito quem levar pela mão, a quem abraçar, por que lutar, onde está o nosso caminho, onde nasce um novo rumo para uma vida à partida tão sem-sentido. É o que há para lá da porta trancada noite após noite. É a recompensa de quem acredita que um sonho merece um segundo olhar, o olhar de olhos fechados.

O sentido, esse está nos sonhos.

Música: http://www.youtube.com/watch?v=BBZsbKFs-j8

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