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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Misantropia (17)




Ofereço-vos o cosmicismo e uma carta aberta.

É gigante a pena com que vos venho dizer que este mundo está perdido. Não dá para mais. Só vejo uma pequena luz - uma esperança pandórica -, tão ínfima!

O homem dominou, sim, o mamute e cavalo, e fez-se senhor da terra. E a água e ar e o fogo, sim! Mas e para quê? Para a morte de ideias, para a estagnação.

O domínio dos elementos levou ao seu abuso e uso bélico. A sobreconfiança nesse domínio levou ao feitiço voltado contra o feiticeiro. Hoje estamos num campo de batalha - homem vs. Universo. Mas o Universo ganha sempre, porque o homem é uma pobre massa de matéria desprezável e desprezível num canto do quarto escuro, e o Universo é o tudo que é o resto.

E claro, não posso desprezar o domínio de tudo o que nos é externo nesse sentido. O homem criou a magia - a alteração consciente da realidade - ainda que a um nível muito reduzido e terreno. E palmas ao homem! Sou condescendente.

Mas o homem esqueceu-se do domínio interior. O homem cria as coisas pelo acto de criação, falhando em ver um objectivo no que faz. O homem supera-se conscientemente - pecado. Arrisco-me a não chamar humano a quem não procura um caminho independente, a quem não formula raciocínios, roubando-os. A quem não procura um domínio consciente da consciência!

Arrisco-me a dizer que o Homem nunca se fará Senhor do Espírito. Mas há uma esperança, uma pequena luz.

Ergam-se, pois, para a recriação de um mundo feito de cultura para o homem, de ciência para o futuro, fundado nos pilares da racionalidade.

E ser racional não é mais que ser tu mesmo.

Música do dia: http://www.youtube.com/watch?v=fRp1yych9-g

Frase do dia: «When the sword of rebellion is drawn, the sheath should be thrown away.» (John Singleton Copley)

Pergunta do dia: «És-te fiel?»

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