Vénia oculta (18)

É um grito! ao ouvido,
Mecânica, mas ao interno,
A onda. Obscurecido,
Noite de Inverno.

Transformam os inócuos tiros
Espirituais a vontade – o vírus –
Em impulsos de euforia.
Assim se fez magia.

Quebra-se o tridente,
Ergue-se a serpente.
Um círculo perfeito mostra-se então
E afaga, sereno, a escuridão.

Também tu vês esta corrente?
Não serás por isso mais demente.
Serás superior e iluminado,
Não mais escravo do passado.

Abre a tua mente.

Música do dia: http://www.youtube.com/watch?v=QUs3i9oCs3U

Misantropia (17)

Ofereço-vos o cosmicismo e uma carta aberta.

É gigante a pena com que vos venho dizer que este mundo está perdido. Não dá para mais. Só vejo uma pequena luz - uma esperança pandórica -, tão ínfima!

O homem dominou, sim, o mamute e cavalo, e fez-se senhor da terra. E a água e ar e o fogo, sim! Mas e para quê? Para a morte de ideias, para a estagnação.

O domínio dos elementos levou ao seu abuso e uso bélico. A sobreconfiança nesse domínio levou ao feitiço voltado contra o feiticeiro. Hoje estamos num campo de batalha - homem vs. Universo. Mas o Universo ganha sempre, porque o homem é uma pobre massa de matéria desprezável e desprezível num canto do quarto escuro, e o Universo é o tudo que é o resto.

E claro, não posso desprezar o domínio de tudo o que nos é externo nesse sentido. O homem criou a magia - a alteração consciente da realidade - ainda que a um nível muito reduzido e terreno. E palmas ao homem! Sou condescendente.

Mas o homem esqueceu-se do domínio interior. O homem cria as coisas pelo acto de criação, falhando em ver um objectivo no que faz. O homem supera-se conscientemente - pecado. Arrisco-me a não chamar humano a quem não procura um caminho independente, a quem não formula raciocínios, roubando-os. A quem não procura um domínio consciente da consciência!

Arrisco-me a dizer que o Homem nunca se fará Senhor do Espírito. Mas há uma esperança, uma pequena luz.

Ergam-se, pois, para a recriação de um mundo feito de cultura para o homem, de ciência para o futuro, fundado nos pilares da racionalidade.

E ser racional não é mais que ser tu mesmo.

Música do dia: http://www.youtube.com/watch?v=fRp1yych9-g

Frase do dia: «When the sword of rebellion is drawn, the sheath should be thrown away.» (John Singleton Copley)

Pergunta do dia: «És-te fiel?»

Ao tempo... (16.5)

Roda a Roda à roda,
Mecânica, roda os números
E a máquina
E tudo roda.

E os vectores correm
Na roda do tempo,
Saltam eons e realidades
E tudo o que roda não é real.

Se num salto eu rodar
Na roda do tempo,
Rodo eu, não roda o tempo,
E o espaço, ei-lo ímpar.

Hatecraft.

Journey (16)

Like tender force, brutal love.

«Caro Começo,

Quando começa a consciência? Quando começa o tempo? Quando comecei eu e quando começaste tu?
Diz-me, Começo, se és os rios de Ginnungagap, ou os planos da consciência. A raiz, ou o ramo? E se o és, onde o foste?
Para que começaste, Começo? Ser-me-ia útil tal informação para que a possa comunicar ao Final e discutir com ele um ou outro pontos que ainda ficaram por clarificar.
Foste um ponto, ou um intervalo? Ou ainda o és?
E começaste-te para que sejamos Homens ou Deuses?
Agradeço desde já e aguardo a tua sábia resposta.

Hatecraft.»

Música do dia: http://www.youtube.com/watch?v=No230vTfJOE

Frase do dia: «Where does it come from? This need to solve life's mysteries» (Mohinder Suresh)

Pergunta do dia: De onde vieste tu? Certamente não do mesmo sítio que eu.

Matter's cage (16)

Eu já acordei - e tu, do que estás à espera?

(qualquer dia crio um exército de gente acordada)

Música do dia: http://www.youtube.com/watch?v=pNsnwZH1yT0

Frase do dia: «Man lives his life in sleep, and in sleep he dies.» (G. I. Gurdjieff)

É só pararem para pensar...

Ressonator (15)

Hoje abri o frigorífico e pareceu-me ver um tupperware de arroz. Olhei novamente e não estava lá nada.

Agora vou fazer o meu próprio arroz.

Música do dia: http://www.youtube.com/watch?v=adbCB-5n5C0

Pergunta do dia: Estarei a ficar paranóico?